Quis o destino que nos conhecêssemos em circunstâncias não muito boas. Lembro do primeiro dia em que vi-te. Vinhas ter com o teu irmão. Vocês falavam sobre coisas do prédio e eu fiquei a olhar-te. Admirei-te desde o primeiro instante. Vi em ti, um mulher lutadora, guerreira, decidida, inteligente, esperta. Mas tinhas um quê de ingenuidade no olhar que lembrava uma criança curiosa. Imaginei-te a brincar na rua, a correr descalça, a fazer traquinices. Rebelde, teimosa. Foi a primeira imagem que tive de ti. Em privado, o teu irmão usava aquelas palavras menos carinhosas que usa quando fala do universo feminino. E eu olhava para ele e tinha pena. Por ele não saber o que era ter carinho de família, não saber o quanto é bom termos uma irmã com quem partilhar ideias, experiências. Sentia pena de vê-lo, em seu castelo imaginário a soltar raios e coriscos, cego de ódio do mundo sem se dar a chance de abrir os olhos e conseguir enxergar o que se passava à sua volta. Sem se deixar conhecer, sem se deixar amar. Sem saber o que é amar. Sem querer saber o que é ser amado.
Como já to disse por várias vezes, és uma das pessoas que mais admiro. Acho-te, simplesmente, fantástica. Não há palavras para te descreverem. És, sem sombra de dúvidas, uma vencedora. Uma mulher que luta por aquilo que quer. Uma mãe extremosa. Uma amiga sem igual. Tenho pena de não poder ter privado mais da tua amizade. De não ter-mos tido mais tempo para conhecermo-nos mais. Tantas vezes quis ligar-te, mesmo que fosse apenas para dizer "oi". Mas tinha receio. Que o teu irmão ficasse chateado, que tu não gostasses de ser importunada... enfim... parvoíces... O facto é que não liguei. Não tive tempo de conhecer-te mais. De darmo-nos mais. Gostava que a tua sobrinha tivesse tido mais contacto convosco, com os primos. Mas penso que "Deus escreve certo por linhas tortas". Futuramente não poderemos, de todo, estar juntas. Mas levo-te no meu coração. Serás a tia que a Catarina vai aprender a admirar e amar de longe. Vou contar-lhe a tua história. E ensiná-la a admirar-te do mesmo modo como eu admiro. Vou ensiná-la a ver-te através dos meus olhos. E ela saberá que tem uma grande tia. Que lhe merece todo o respeito, o carinho e a admiração que só as grandes mulheres merecem. Pode ser que um dia nos voltemos a encontrar. E neste dia, as palavras serão desnecessárias para dizer-te o quanto agradeço as tuas palavras, o teu carinho. O quanto és importante na minha vida.
Por agora, agradeço a Deus ter-te conhecido. E ter sido aceite por ti e pelos teus filhos. Admiro-vos imenso, a ti e ao Galvão. Vocês são os pais que muitas crianças gostariam de ter. Espero poder ver-te antes de partir. Mas se não der, fica aqui o meu obrigada por tudo... adoro-te cunhada. E, não me chames ex-cunhada... lol... até porque o teu irmão não me dá o divórcio. lol... vou continuar casada com ele, é uma das condições imposta por ele para que eu leve a Catarina. Vou continuar a fazer parte da "mobília", mesmo estando distante.
Um beijo. E até breve, até um dia...
3 comentários:
Drica,
Tenho sido uma leitora silenciosa do teu blog.
Conheço a Filipa do blog dela e já privei com ela duas vezes, mas do que já conheço dela, merece cada palavra que lhe escreveste.
Desejo do fundo do coração que tenhas toda a Felicidade que mereces! Boa sorte para as duas!
Fica bem.
Bjs.
Bela prova de amizade..
beijos
Cunhada ... estou sem palavras ... e triste, por te imaginar distante. Agradeço cada uma das tuas palavras e espero sinceramente que a vida, nos permita cruzarmo-nos, pois também sei que quando menos se espera as coisas acontecem.
Faço questão de me despedir de vocês, por isso te peço que me dês pormenores.
Uma coisa é certa, por muito que te custe a mudança, irás mudar concerteza para melhor, já que terás por perto os familiares que tanto gostam de vocês.
Boa sorte ... e não te esqueças .. aguardo pormenores.
Beijinhos e muito obrigado pelas tuas doces palavras.
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