quarta-feira, 30 de julho de 2008

Hoje foi um dia daqueles que se pede para esquecer. Há algumas pessoas novas no colégio, por razões várias... vai haver uma colónia de férias para os meninos e meninas que não podem ir à casa. E, justamente esses meninos e meninas, são os que estão no colégio nestes últimos dias em regime de internato. Para o nosso descontentamento, são os que mais trabalho dão. Compreendemos perfeitamente a situaçção e revolta deles, mas o pior de tudo é que eles descontam em nós toda a fúria e mágoa que sentem por não estarem em casa junto dos seus. O que torna o comportamento deles ainda pior do que já é no dia-a-dia. E o que nos deixa mais aborrecidos é o facto de não termos a colaboração das outras pessoas que estão connosco quando  o assunto é educar as crianças, ralhar ou chamar-lhes à razão quando fazem um disparate, dizem uma asneira, ou são mal criados para connosco . Tem que ser sempre as mesmas pessoas a tomarem a frente e chamar-lhes à atenção. O que é muito desgastante e cansativo. 
Hoje fomos à Santo Amaro, mais precisamente à Carris para fazer os passes de alguns deles para que possam passear nos transportes públicos durante as férias. Foi uma aventura. Pela manhã, eu e uma colega fomos comprar-lhes os bilhetes para irmos com eles fazer os passes. Tentámos carregar o Sete Colinas no guichê da Estação de Metrode Entre Campos, mas como era para ser utilizado nos autocarros da Carris não se podia carregar. Mandaram-nos para a Estação de Correios onde a funcionária, muito simpática, explicou-nos que também ela não conseguia carregar porque não sabia se Santo Amaro ainda pertencia a Lisboa ou se era outra zona. E na dúvida, mandou-nos para a bilheteira da Carris do Campo Pequeno. Muito cansadas de andar e já um bocado aborrecidas, lá fomos nós carregar os bihetes. Conseguimos carregar os passes, passava já do meio dia. Voltámos para o colégio e mal chegámos já nos queriam entregar os miúdos. Almoçámos e por volta das 14hs, saímos outra vez à rua, desta feita com eles. Fomos apanhar o autocarro ao Areeiro. A minha colega que estava de posse dos passes distribuiu-os pelos mais responsáveis para que fossem eles a validar o bilhete e, desta forma, treinarem a autonomia nos transportes. Quando sentaram todos, perguntámos se todos tinham validado os bilhetes, visto que a multa por não validar um bilhete é de 240,00 euros... ao que todos responderam que sim. Umas paragens mais adiante, entraram dois revisores e pediram os bilhetes para confirmarem que estavam validados. Qual não foi a nossa surpresa, ao ver que um dos miúdos não havia validado o bilhete. O revisor pediu-lhe a identificação ao que ele, muito aflito, ficou sem resposta. Olhava de mim para o revisor e vice-e-versa sem abrir boca. Expliquei ao revisor que eram meninos de ensino especial e ele pareceu não entender à primeira. Veio o outro revisor e também pediu a identificação do menino. Eu e a minha colega, atrapalhadas com a situação, voltámos a repetir a mesma história que eram meninos de ensino especial, que estávamos a fazer o treino das autonomias nos transportes e que ele não havia feito de propósito. Para a nossa sorte, um senhor que estava sentado por trrás de nós, interveio a nosso favor e identificou-se como sendo polícia e mostrou a sua insígnia... afirmando que tínhamos perguntado aos meninos se tinham validado os bilhetes e que o revisor tentasse ter calma pois eram do ensino especial. Para alívio nosso, o revisor entendeu a situação e guardou o bilhete, para validar logo que saísse um senhor que estava a ser multado por andar sem bilhete. Os revisores foram muito simpáticos e validaram o bilhete, vindo depois devolver o bilhete. Claro está, que o menino em questão teve de ouvir um sermão de nós as duas para que não voltasse a cometer o mesmo erro. Foi um valente susto e, se nós não estivéssemos lá o coitado teria ido parar à esquadra. 
Na volta para o colégio, sentámo-nos nos bancos de trás do autocarro, e  um outro dos nossos miúdos foi agarrar o varão do autocarro para melhor se equilibrar, tendo o azar de tocar na nuca de um senhor que vinha sentado à sua frente. Qual não foi o nosso espanto quando o senhor começou a falar d`alto a dizer que lhe batia porque ele havia - lhe tocado. Realmente, há pessoas que não deviam viver em sociedade. Infelizmente não haveria ilhas desertas que chegassem para tanta gente parva. Até parecia que o miúdo tinha um doença contagiosa e ele podia ficar infectado. 
Depois de tantos incidentes, chegámos ao colégio... inteiras, mas cansadas... rezando para que terminasse o dia para podermos ir para casa descansar.  
Agora, mesmo deitada, sinto nas pernas a dor da grande caminhada que fizemos... mas estou feliz porque amanhã é o último dia de trabalho... 

E viva as férias... lolol

2 comentários:

Sandra disse...

Realmente:

Há pessoas que não sabem o significado da palavra "tolerância"... Haja paciência.

Bj

P.S. Tá quase...!!!(Férias)

Sandra

Filipa disse...

Olá Dri,

Bem que aventura!!! A intolerância que grande parte das pessoas evidencia é chocante!! Palavras para quê?