domingo, 15 de maio de 2011
E eis que por cá chegou
Uma linda caravela
Cisne Branco que por mares navega
Levando douradas quimeras
Lembra-me embarcações antigas
Do tempo das descobertas
De Cabral e povos nativos
De feridas sempre abertas
Traz-me lembranças e saudades
De uma terra mui querida
Traz-me cheiros e nostalgia
De outro tempo de minha vida
Lembra-me o mundo velho
Onde tudo para mim era novo
Lembra-me culturas e costumes
E de Colombo, o ovo
Traz nas velas tantas histórias
E o som do fado da Amalia
Traz cores e cheiros queridos
Das terras de Portugalia
Sardinhas assadas no verão
E os cheiros de flores na primavera
Das castanhas no Outono
E no Inverno as ruas tão belas
Carlos do Carmo que tão bem a cantou
De Alfama ao rio Tejo
E do Tordo as touradas
Que por vezes invejo
Sete colinas e um castelo
Onde tudo começou
E de Almada ve-se um Cristo
Que, para mim, os braços fechou
Cidade a ponto luz bordada
E à beira mar estendida
Cidade onde eu deixei
A melhor parte da minha vida
Onde meus pés caminharam
Por avenidas e vielas
Onde os meus olhos viram
De Maluda, lindas janelas
E o lindo Cisne Branco
Fez-me outra vez sonhar
Trouxe-me tantas lembranças
E desejo de, por mares navegar
Ir de encontro ao velho mundo
Onde um dia fui feliz
Rever toda a beleza e encanto
Abraçar os amigos que, por lá, fiz
Drica Moura 15-05-2011
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