Hoje recebi uma prenda especial. Estava a ler os mails (coisa que já não fazia há uns dias) e abri um que veio carregado de carinho, por ser de quem o era... este poema lindo que me retrata de uma maneira de tão linda... obrigada amiga Rosanna... vou publicá-lo para não o esquecer nunca... um beijo no teu coração e que ele se estenda a toda a tua família linda e especial... adoro-vos.
Canto de Mim Mesmo
Eu também não fui domesticado, eu também não sou traduzível,
Lanço o meu grito bárbaro sobre os telhados do mundo.
O último fulgor do dia permanece para mim,
Arremessa a minha imagem depois de todas, real como elas, sobre os
desertos, sobre as sombras,
Insinua-me no vapor e nas trevas.
Parto como o ar, sacudo os meus cabelos brancos sob o sol que foge,
Espalho a minha carne em remoinhos, espalho-a em desenhadas rendas.
Entrego-me ao húmus para crescer da erva que amo,
Se me queres ter de novo, procura-me debaixo da sola das tuas botas.
Dificilmente saberás quem sou ou o que significo,
Todavia dar-te-ei saúde,
E filtrando o teu sangue dar-te-ei vigor.
Se à primeira não me encontrares, não desanimes,
Se não estiver num lugar, procura-me noutro,
Estarei algures à tua espera.
Walt Whitman
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